Gloria Jean Watkins, nome da feminista, teórica
crítica, socióloga negra anti racista bell hooks, morreu aos 69 anos, após
longa doença, segundo o Berea College, instituição educacional em que ela
lecionava no Kentucky nos EUA, em 15 de dezembro de 2021.
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Bell hooks colocou uma lupa sobre a intersecção
entre o a desigualdade das classes sociais, o preconceito contra outras formas de
sexualidade que não a heterossexual, o machismo, o sexismo e o racismo nas
relações humanas e escreveu diversos livros como “Erguer a Voz: Pensar como
Feminista, Pensar como Negra”, “Tudo sobre o Amor, Novas Perspectivas” “e Eu não
sou Uma Mulher – Mulheres Negras e Feminismos”.
Em 2014, Bell hooks fundou o Bell hooks Institute
para preservar sua trajetória e transmitir seu legado às presentes e futuras
gerações.
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"Normalmente os machos adultos
que são incapazes de fazer conexões emocionais com as mulheres que escolhem
para ter intimidade estão congelados no tempo, incapazes de deixarem-se amar
por medo de que o objeto de seu amor vá abandoná-los. Se a primeira mulher que
amavam apaixonadamente, a mãe, não foi fiel ao seu vínculo de amor, então como
podem confiar que sua parceira o amará verdadeiramente? Muitas vezes, em seus
relacionamentos adultos estes homens agem de novo e novamente para testar o
amor de sua parceira. Enquanto o adolescente rejeitado imagina que ele já não
pode receber o amor de sua mãe, porque ele não é digno, como um homem adulto
ele pode agir de maneiras que são indignas e ainda demanda da mulher em sua
vida que ela lhe ofereça amor incondicional. Este teste não cura a ferida do
passado, limita-se a reencenar e, em última análise, a mulher vai se tornar
cansada de ser testada e terminar o relacionamento, reencenando assim o
abandono. Este drama confirma para muitos homens que não podem depositar a sua
confiança no amor. Eles decidem que é melhor colocar a sua fé em ser poderoso,
em ser dominante. "
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Desde do início do meu envolvimento
com o movimento de mulheres fiquei incomodada pela insistência das mulheres
brancas liberacionistas que a raça e o sexo eram duas questões separadas. A
minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que
no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter
nascido negra e ter nascido mulher.
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No momento em que escolhemos amar,
começamos a nos mover contra a dominação, contra a opressão. No momento em que
escolhemos amar, começamos a nos mover em direção à liberdade, a agir de formas
que libertam a nós e aos outros.
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Saber ser solitário é fundamental
para a arte de amar. Quando conseguimos estar sozinhos, podemos estar com os
outros sem usá-los como formas de escape.
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O amor é uma combinação de cuidado,
compromisso, conhecimento, responsabilidade, respeito e confiança.
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Cresci sabendo que queria ser
escritora. Desde os tempos de menina, livros têm me oferecido visões de novos
mundos diferentes daquele com o qual eu tinha mais familiaridade. Como terras
exóticas e estranhas, livros me proporcionaram aventura, novas formas de pensar
e de ser. Sobretudo, apresentaram uma diferente perspectiva, que quase sempre
me forçava a sair da zona de conforto. Eu ficava admirada por livros poderem
oferecer pontos de vista diferentes, por palavras em uma página poderem me
transformar e me mudar, alterar minha mente.
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Assim como me rebelei contra as
noções sexistas do lugar da mulher, desafiei as noções de lugar e identidade da
mulher dentro dos círculos do movimento de libertação da mulher; não consegui
encontrar meu lugar dentro do movimento. Minha experiência como jovem negra não
era reconhecida. Minha voz, assim como a de mulheres como eu, não era ouvida.
Sobretudo, o movimento mostrou como eu me conhecia pouco e também como conhecia
pouco meu espaço na sociedade.
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Enquanto não consegui fazer minha voz
ser ouvida, não consegui pertencer verdadeiramente ao movimento. Antes de exigir
que os outros me ouvissem, precisei ouvir a mim mesma, para descobrir minha
identidade.
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