#ValedoAnhangabaú #SalveoVale #ParqueAugusta #RedeNovosParques #Jornalismo #Reportagem #Notícias #SãoPaulo #Cidades #DireitoàCidade #Urbanismo #PlanejamentoUrbano #Arquitetura #Gentrificação #CâmaraMunicipal #PrefeituraSP #Eleições #Eleições2020 #Cultura #34Bienal #ArtesVisuais #FazEscuroMasEuCanto #Clima #Ecologia #MeioAmbiente #GestãoPública #Justiça #Cidadania #DemocraciaDireta #Democracia #Congresso - As obras de revitalização do Vale do Anhangabaú determinadas pela Prefeitura de São Paulo, durante a Gestão João Doria/Bruno Covas a um custo aos cofres públicos de R$ 80 milhões, vão desperdiçar R$ 14 milhões a mais aos contribuintes paulistanos, por conta de 7 aditivos contratuais. A inauguração deve acontecer em 20 de setembro de 2020, às vésperas das eleições municipais em que Bruno Covas, atual prefeito de SP, após a vitória nas eleições de 2018 de João Doria ao Governo do Estado de São Paulo, é candidato à reeleição. No projeto atual, somem as árvores e canteiros verdes e surge uma avenida de concreto com mini chafarizes subterrâneos.A Prefeitura de São Paulo planeja conceder à iniciativa privada por 10 anos a exploração comercial do espaço público que deverá ter quiosques, pista de skate, lojas, restaurantes, bares, lanchonetes e locais para apresentações culturais.

As obras de revitalização do Vale do Anhangabaú determinadas pela Prefeitura de São Paulo, durante a Gestão João Doria/Bruno Covas a um custo aos cofres públicos de R$ 80 milhões, vão desperdiçar R$ 14 milhões a mais aos contribuintes paulistanos, por conta de 7 aditivos contratuais. O Consórcio Central, composto pelas empresas FBS Construção Civil e Pavimentação S/A e Lopes Kalil Engenharia e Comércio LTDA vão receber R$ 97 milhões por uma obra desnecessária em meio a Pandemia da COVID 19, que já matou mais de 92 mil brasileiros e brasileiras e infectou mais de 2,7 milhões. A inauguração deve acontecer em  20 de setembro de 2020, às vésperas das eleições municipais em que Bruno Covas, atual prefeito de SP, após a vitória nas eleições de 2018 de João Doria ao Governo do Estado de São Paulo, é candidato à reeleição. No projeto atual, somem as árvores e canteiros verdes e surge uma avenida de concreto com mini chafarizes subterrâneos.A Prefeitura de São Paulo planeja conceder à iniciativa privada por 10 anos a exploração comercial do espaço público que deverá ter quiosques, pista de skate, lojas, restaurantes, bares, lanchonetes e locais para apresentações culturais.



fotos:DAF



foto:Heber Biella


No dia 24 de julho de 2019, a Associação Preserva SP entrou na Justiça para pedir a paralisação das obras de requalificação iniciadas pela prefeitura de SP no Vale do Anhangabaú e no Centro Histórico.

foto:Thiago Queiroz/Estadão


No dia 10 de junho de 2019, o prefeito Bruno Covas(PSDB-SP) anunciou o projeto de requalificação do Vale do Anhangabaú a um custo de R$ 80 milhões provenientes do FUNDURB(Fundo Municipal de Urbanização). A Reforma do Vale do Anhangabaú já havia sido tentada pelo ex-prefeito Fernando Haddad(PT-SP) de 2013 a 2015 sem sucesso diante da resistência de movimentos sociais e ativistas que o classificavam como privatista e gentrificador, além de não prioritário diante de outros graves problemas que assolam a cidade de São Paulo, como Saúde, Educação, Meio Ambiente, Cultura, Moradia, Transporte, etc...A Previsão da Prefeitura de São Paulo é realizar parceria com iniciativa privada para a concessão de espaços e manutenção de instalações como fonte público e mobiliário.A requalificação do Vale do Anhangabaú era desejo antigo da Associação Viva o Centro que já foi presidida pelo atual Secretário da Fazenda do Governo do Estado de SP, Henrique Meirelles(PMDB-SP), ex-ministro da Fazenda do Governo Michel Temer(PMDB-SP) e ex-presidente do Banco Central do Governo Lula(PT-SP).Meirelles ocupou a presidência brasileira e mundial do Bank Boston, multinacional que possuía sede em São Paulo no Vale do Anhangabaú. O Vale do Anhangabaú é espaço público ocupado por grandes manifestações populares como os Atos em Defesa das Eleições Diretas Já na década de 80 do século 20 e em defesa da Redemocratização do Brasil bem como os Atos em Defesa do Passe Livre e da Redução da Tarifa do Transporte Público em São Paulo em 2013.Além disso, o Vale do Anhangabaú é referência mundial para a prática de skate e local importante de dormitório e convivência de moradores e moradoras em situação de rua.O Rio Anhangabaú, formado pela junção do Rio Bixiga, do Rio Saracura e do Rio Itororó, que vai desaguar no Rio Tamanduateí, foi canalizado pelo ex-prefeito de São Paulo Antônio da Silva Prado,  teve seus jardins substituídos por avenidas em 1940, na gestão do ex-prefeito Prestes Maia e virou um calçadão público ou bulevar em 1981 em projeto arquitetônico de Jorge Wilheim e Rosa Kliass durante a gestão do ex-prefeito Reinaldo de Barros.O Rio Anhangabaú é responsável pela maior parte das enchentes da região central de São Paulo por conta da intervenção urbana inadequada que  não respeitou a fisiologia hidrológica e o meio ambiente.O significado de Anhangabaú, do tupi, é Água da Face do Diabo.





fotos:Reprodução Internet












































FOTOS:REPRODUÇÃO iNTERNET


FOTO:daf


foto:Arquivo Gbe




Em agosto e outubro de 2013, a SP Urbanismo da  Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Cidade de São Paulo, comandada pelo arquiteto Fernando de Mello Franco(gestão Prefeito Fernando Haddad), realizou com o Escritório dinamarquês Gehl Architects, contratado pelo Banco Itaú, o workshop"Centro: Diálogo Aberto", para propor intervenções em áreas como Vale do Anhangabaú, Largo São Francisco , Rua 25 de março, Avenida São João e Pátio do Colégio. 
 http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/centro-dialogo-aberto/


 foto: extraída de gestão urbana.sp.gov.br

Veja o que diz o site do Gehl Arquitects sobre a intervenção em SP:  http://gehlarchitects.com/cases/sao-paulo-brazil/


Foto. Arquiteto David Sim do Gehl Architects, crédito João Luiz/SECOM extraída de http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/516#ad-image-2


O Coletivo BAIXO CENTRO participou de todos os encontros promovidos e questionou a falta de transparência e participação popular. A "doação" do projeto(feita pelo Banco Itaú ao custo de R$ 2 milhões) do Escritório Gehl Architects e aceita pela  Prefeitura de São Paulo também foi objeto de indagação

http://baixocentro.org/2013/11/12/workshop-sp-urbanismo/

Em entrevista concedida ao Jornal Folha de São Paulo e publicada em 16/12/13, o secretário do Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Francoafirmou que as intervenções urbanas no centro de São Paulo só avançariam se os projetos-pilotos pontuais fossem aprovados pela população e após estudos executivos.
 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/12/1386130-projeto-com-espelho-dagua-no-anhangabau-pode-ser-iniciado-em-2014-veja.shtml


 foto: Secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, 17/12/2013, João Luiz/SECOM extraída de  http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/516#ad-image-2

Um dia após a publicação da entrevista do secretário de desenvolvimento urbano da cidade de SP à Folha de SP, houve a apresentação oficial do projeto pela SP Urbanismo com a presença de Cícero Araújo, diretor de relações institucionais do Banco Itaú em 17/12/13:




Em reunião da comissão executiva da Operação Urbana Centro (OUC) realizada em 30 de julho de 2014, o superintendente da Associação Viva o Centro(fundada em 1991 e presidida por Henrique Meirelles ex-presidente mundial do Bank Boston, que tem sede no Vale, e ex-presidente do Banco Central(gestão Luíz Inácio Lula da Silva) e membro da comissão, Marco Antonio Ramos de Almeida,questionou a pertinência de um investimento público estimado de R$ 200 milhões para as obras no Vale do Anhangabaú, e da liberação, em dezembro de 2013, de R$ 2,8 milhões do orçamento vinculado à OUC para contratação de projetos básico, executivo e modelo de gestão para o Vale. O então vereador Nabil Bonduki (PT-SP), presente à reunião, comentou que "sobrará um saldo na conta vinculada, que dará para abrir a concessão do restaurante e criar vida no térreo e o Anhangabaú." O então secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, que também compareceu ao encontro, corroborou o argumento de Bonduki manifestando-se logo após o vereador. Diz a ata da reunião: "o secretário Juca Ferreira comentou que (...) o Vale do Anhangabaú, fronteiriço, necessita de circulação de pessoas com atividade qualificada." (trecho da reportagem Privatização do Espaço Público/Arquitetura da Gentrificação / reporterbrasil.org.br/privatizacaodarua/)

Bank Boston foi comprado em 2006 pelo Banco Itaúpor US$ 2,2 bilhões. 

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107309.shtml

 foto: Henrique Meirelles, atual presidente da Associação Viva o Centro, ex-presidente do Bank Boston (comprado pelo Banco Itaú em 2006)O Banco Itaú é um dos patrocinadores da Associação Viva o Centro. reprodução FB

Conheça a Associação Viva o Centro, que tem entre seus patrocinadores, o mesmo Banco Itaú responsável pela "doação" do projeto do Gehl Architects à Prefeitura de SP para realizar intervenções urbanas no centro de São Paulo.  http://www.vivaocentro.org.br/



O Site de Jornalismo Investigativo IndependenteArquitetura da Gentrificação(financiado por mecanismos coletivos de financiamento por meio de plataformas digitais) realizou trabalho de apuração minucioso sobre esta tentativa de privatização do espaço público promovida pela Prefeitura de São Paulo e pelo Banco Itaú e destaca:reporterbrasil.org.br/privatizacaodarua/



Privatização sem venda. A cidade-empresa. Exemplo da FIFA FAN FEST, festas oficiais da FIFA, patrocinadas por empresas, durante a Copa do Mundo, e realizadas no Vale do Anhangabaú cercado por tapumes e grades. Bebidas e comidas só poderiam ser consumidas nos quiosques privados. Segurança era feita por agentes privados. Até a vista do Vale do Anhangabaú foi vedada a partir do Viaduto do Chá. O Banco Itaú realizou doação no fim de 2014 para a Prefeitura de SP reformar a OCA no parque do Ibirapuera. Vale lembrar que em 2000, mecanismo análogo foi realizado para possibilitar reforma no mesmo local pelo escritório Paulo Mendes da Rocha e MMBB(um dos sócios é o atual secretário municipal do Desenvolvimento Urbano, Fernando Mello Franco.)

 foto: portal 2014.org Sinaenco

foto: visitesãopaulo.com



Criação Arbitrária e Unilateral por parte da Prefeitura de SP e do Banco Itaú de  falsos "NOVOS CONSENSOS"

Consenso 1: "O Centro de São Paulo é Lugar dePassagem de Pessoas e não de Permanência e, Portanto, é preciso ativá-lo com atividades de consumo, lazer e cultura."

Consenso 2: "O elemento Água precisa ser precisa ser reintroduzido no espaço público da Região Central de SP, por meio de espelhos d'água instalados ao longo do Vale do Anhangabaú, com fins de recreação, organização dos espaços e de retomada da memória do rio Anhangabaú canalizado há décadas."

O Centro de SP é lugar de moradia e de trabalho também para vendedores ambulantes, moradores em situação de rua, prostitutas, travestis, recicladores de resíduos entre outros. Mais da metade dos moradores em situação de rua moram no centro de SP, segundo censo realizado pela prefeitura de SP em 2011. Em relação à construção de espelho de água no Vale do Anhangabaú, vale ressaltar que a cidade de SP atravessa a mais grave crise hídrica de sua história e que, em 2004, o DAEE, já apontava a necessidade da SABESP de tomar providências no sentido de evitar o colapso do fornecimento de água tratada.

 foto:Moradores em Situação de rua dormem no Vale do Anhangabaú extraída de www.sertaopaulistano.com.br

foto; Chafariz seco na Praça Ramos extraída de http://www.saopauloantiga.com.br/o-abandono-do-vale-do-anhangabau/

Criação Arbitrária e Unilateral por parte da Prefeitura de SP e do Banco Itaú de  falsos "NOVOS CONSENSOS"

Consenso 1: "O Centro de São Paulo é Lugar dePassagem de Pessoas e não de Permanência e, Portanto, é preciso ativá-lo com atividades de consumo, lazer e cultura."

Consenso 2: "O elemento Água precisa ser precisa ser reintroduzido no espaço público da Região Central de SP, por meio de espelhos d'água instalados ao longo do Vale do Anhangabaú, com fins de recreação, organização dos espaços e de retomada da memória do rio Anhangabaú canalizado há décadas."

O Centro de SP é lugar de moradia e de trabalho também para vendedores ambulantes, moradores em situação de rua, prostitutas, travestis, recicladores de resíduos entre outros. Mais da metade dos moradores em situação de rua moram no centro de SP, segundo censo realizado pela prefeitura de SP em 2011. Em relação à construção de espelho de água no Vale do Anhangabaú, vale ressaltar que a cidade de SP atravessa a mais grave crise hídrica de sua história e que, em 2004, o DAEE, já apontava a necessidade da SABESP de tomar providências no sentido de evitar o colapso do fornecimento de água tratada.

 foto: Comício Diretas Já, 16/04/1984/Matuite Mayezo/Folha Imagem

 foto:Passeata Fora Collor, 18/09/1992/Jorge Araújo-FolhaPress


 foto: OCUPA SAMPA, 1/11/11, /Donizeti Costa/Extra

 foto: Ato pela Redução da Tarifa do Transporte COletivo promovido pelo Movimento Passe Livre, 06/06/2013 / CARTA CAPITAL

Leia íntegra da investigação promovida pela Arquitetura da Gentrificação:  
 http://reporterbrasil.org.br/privatizacaodarua/

Acesse as análises pormenorizadas das informações exigidas com base na Lei de Acesso à Informação pela ONG Artigo 19:  http://artigo19.org/blog/com-apoio-da-artigo-19-jornalistas-denunciam-projeto-do-itau-que-privatiza-espaco-publico-no-centro-de-sp/

Em 10/02/15, a Folha de SP, postou no TV FOLHAmatéria a respeito da intenção da Prefeitura de SP em requalificar o Vale do Anhangabaú. A visão da Prefeitura de SP foi defendida pelo secretário do Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Francoe foi rebatida pela professor de Arquitetura e Urbanismo da USP, Eduardo Nobre e pelo arquiteto da Escola da Cidade, Alvaro Puntoni. Segundo estes, a intervenção que a Prefeitura de SP deseja fazer no Vale do Anhangabaú deve promover processo de expulsão da população vulnerável que ali vive(como os cerca de 17.000 moradores em situação de rua) e tem grande chance de fracassar como indutora de desenvolvimento urbano inclusivo e de qualidade de vida para os moradores de São Paulo.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/2015/02/1587670-criacao-de-parque-anhangabau-preocupa-urbanistas-veja-video.shtml

Em 11/02/2015, O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos fez um debate sobre esta situação de privatização da Rua envolvendo o Vale do Anhangabaú:


Revista Vaidapé denuncia também o conluio entre Banco Itaú e Prefeitura de SP para promover projeto de gentrificação no centro de SP:



http://revistavaidape.com.br/blog/2015/02/quem-manda-nessa-cidade-sou-eu-nao-e-o-itau/

 Breve História do Vale do Anhangabaú (extraída de wikipedia.com.br)

Não se sabe ao certo quando o Vale do Anhangabaú foi ocupado, mas há registros que apontam que, em 1751, o governo já estava preocupado com um vale aberto por Tomé de Castro na região entre o Rio Anhangabaú e um lugar onde se tratava a água chamado "Nhagabaí". Até 1822 a região não era mais que uma chácara pertencente ao Barão de Itapetininga (e, depois, à Baronesa de Itu), onde se vendia agrião e chá. Lá, os moradores precisavam atravessar a Ponte do Lorena para chegar do outro lado do morro, dividido pelo rio. A Câmara Municipal pressionou o Barão de Itapetininga a ceder parte de suas terras, que foram transformadas na primeira rua do vale, a Rua Formosa, em 1855.Onze anos depois o presidente da província, João de Matos, solicitou a cessão de nova parte das terras do Barão, no que foi atendido, com a condição, respeitada, de que a ele fosse dado o nome de Rua Barão de Itapetininga.

 foto: Vale do ANHANGABAÚ em 1892 na inauguração do Viaduto do Chá/GUILHERME GAENSLY/sampahistorica.com.br

 foto: Vale do Rio Anhangabaú, Rio Tamanduateí, altura do Largo de São Bento, 1892/GUILERME GAENSLY

Em 1877 começou a urbanização da área, com a idealização do Viaduto do Chá — que só viria a ser inaugurado em 1892. A construção do viaduto gerou a desapropriação de chácaras no local, e um projeto do engenheiro Alexandre Ferguson de construir 33 prédios de cada lado do vale para ser alugados.
Após um longo período de descuido, em 1910 foi feito o ajardinamento do Vale do Anhangabaú, resultando na formação do Parque do Anhangabaú. Esse projeto foi uma combinação de três projetos, incluindo o "Grandes Avenidas", de autoria do arquiteto Alexandre Albuquerque, que resultaram na urbanização do vale com edifícios.

 foto: Parque Anhangabaú em 1915/extraída de sampahistorica.com.br

No fim da década de 1930 o parque foi eliminado, substituído por uma via expressa. Foi criada na década seguinte uma ligação subterrânea entre as Praças Ramos de Azevedo e do Patriarca, a Galeria Prestes Maia, onde se instalaram as primeiras escadas rolantes da cidade. O cruzamento entre a Avenida Anhangabaú e a Avenida São João ganhou uma passagem em desnível em 1951, com a construção do Buraco do Ademar, que lá permaneceu por 37 anos, sendo posteriormente substituído por dois túneis homônimos de nome Papa João Paulo II.

 Foto: Vale do Anhangabaú, 1947/extraída de sampahistórica.com.br


foto: Vale do Anhangabaú em 1970 /extraída de sampahistorica.com.br

No início da década de 1980 a prefeitura de São Paulopromoveu um concurso público para a remodelação da região. Os arquitetos Jorge WilheimJamil José Kfouri e Rosa Grena Kliass foram os vencedores, propondo a criação de uma grande laje sobre as avenidas existentes no local em altura suficiente para ligar os dois lados do Vale, com o tráfego de automóveis abaixo e recriando a área verde entre os viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Este projeto acabou arquivado até o final daquela década, quando foi resgatado na época em que se estudava o fim do Buraco do Ademar. É ele o que atualmente existe no local. O projeto paisagístico é composto por desenhos bastante geometrizados, tanto dos pisos quanto dos recantos.


fotos: Vale do Anhangabaú em 2011/ extraída de 
barbosamarianna.files.wordpress.com/2013/04/imagem10.jpg




Em 07 de abril de 2015, vários movimento sociais organizados divulgaram manifesto em repúdio à intenção da Prefeitura de São Paulo em requalificar o Vale do Anhangabaú, seguindo a cartilha de empresas privadas:

http://polis.org.br/noticias/movimentos-sociais-organizam-manifesto-popular-em-defesa-do-vale-do-anhangabau/


MANIFESTO POPULAR EM DEFESA DO VALE DO ANHAGABAÚ
O VALE É NOSSO – ABAIXO A PRIVATIZAÇÃO CENTRO!
Nós, movimentos e entidades sociais abaixo assinados, manifestamos nosso repúdio ao projeto de “requalificação” do Vale do Anhangabaú capitaneado pelo banco Itaú e projetado por um escritório dinamarquês em parceria com a Prefeitura de São Paulo. O projeto quer transformar e elitizar o Vale com cafés, quiosques, shopping subterrâneo, hotel e a utilização de espelhos d’água ao longo do Vale com o objetivo de cercear a livre utilização da área e restringir a ocupação do espaço. Este embelezamento nada tem de diferente das ações higienistas do passado que expulsavam a população mais pobre dos territórios, tentando destinar certas parcelas da cidade para os ricos e especuladores imobiliários.
Trata-se de um projeto de espaço público voltado aos interesses do mercado, o que ameaça diretamente a permanência na região das populações vulneráveis que historicamente a ocupam ou residem no seu entorno, como os Grupos Culturais Populares, os Sem Teto, a População em Situação de Rua, os Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis, os Trabalhadores e Trabalhadoras Informais, entre outros.
Esse fato só demonstra a desatenção do poder público aos anseios e necessidades das populações vulneráveis. Há ainda evidências documentais de que ao longo do suposto processo participativo realizado em 2013 com a “sociedade civil” para discutir o projeto, os segmentos populares foram deliberadamente excluídos do debate público.
Das 75 empresas, ONGs, entidades e associações chamadas por meio de convites diretos pela Prefeitura a participar das discussões, apenas duas tinham alguma relação com a defesa dos direitos das populações vulneráveis. Ou seja, o tal processo participativo foi direcionado, não público, contrariando as diretrizes da gestão democrática estabelecida pelo Estatuto da Cidade e pelo Plano Diretor Estratégico na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano da Cidade.
Suspeitamos que o tal “processo participativo” de 2013 serviu apenas para homologar, legitimar decisões que já estavam dadas desde 2007, e que nesta gestão foram retomadas e encampadas com atuação do Banco Itaú, que cada vez mais interfere, como empresa privada, no desenho e implementação de políticas públicas de cultura, mobilidade e, agora, de urbanismo em nossa cidade.
Há ainda outros dados que colocam em dúvida o interesse público e legitimidade do referido projeto. Todos os fatos foram apurados e documentados por meio de investigação jornalística e com o uso da Lei de Acesso à Informação, e podem ser conferidos aqui: www.reporterbrasil.org.br/privatizacaodarua.
Entendemos que é possível melhorar o espaço do Vale atendendo aos interesses populares e das poplações vulneráveis, sem subordinação aos interesses privados e imobiliários.
Diante desses fatos, e outros documentados na referida investigação, o que querem os movimentos e entidades sociais?
• Transparência em todos os processos de intervenção nos espaços públicos;
• Participação popular de todos os segmentos atingidos com a proposta de requalificação do Vale do Anhangabaú;
• Requalificação com inclusão social – o Vale é do Povo!
• Fim da especulação imobiliária e o direito de viver no centro e utilizar os espaços públicos de forma democrática.
1. Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
2. Instituto Pólis
3. União dos Movimentos de Moradia – UMMSP
4. Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo
5. Pastoral da Moradia da Arquidiocese São Paulo
6. Artigo 19
7. Movimento Baixocentro
8. Movimento Nacional da População de Rua – MNPR
9. Central dos Movimentos Populares – CMP
10. Associação em Defesa dos Direitos Humanos e Inclusão Social – INCLUSA
11. Centro de Direitos Humanos de Sapopemba
12. Observatório da Juventude da Zona Norte
13. Observatório da Juventude da Região Belém
14. Observatório de Remoções
15. Levante Popular da Juventude
16. SAJU – Serviço de Assessoria Universitária da USP
17. Organização de Auxílio Fraterno – OAF
Em 31 de julho de 2015, a Prefeitura de SP, fará uma audiência pública sobre seu projeto de requalificação do Vale do Anhangabaú, a partir das 15 hs.(contribuições populares a partir das 17 hs.) na Praça das Artes.Horário da audiência exclui toda a classe trabalhadora.
http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/conheca-e-participe-do-projeto-de-requalificacao-do-vale-do-anhangabau/


  No dia 30 de julho de 2015, a Prefeitura de SP comunicou o adiamento da audiência pública, marcada para 31 de julho de 2015, às 15 hs, na Praça das Artes, para tratar da "requalificação" do Vale do Anhangabaú, alegando insuficiência do espaço para acomodar o público previsto. Os movimentos sociais, contrários à iniciativa do poder público municipal de SP e da iniciativa privada, rechaçam a explicação oficial para o adiamento e afirmam que a Prefeitura de SP se assustou com a reação popular maçiça negativa despertada com a convocação da audiência pública em horário excludente e sem ampla participação e debate.
http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/apresentacao-do-projeto-para-requalificacao-do-vale-do-anhangabau-e-adiada/









No dia 24 de outubro de 2015, ativistas questionaram o prefeito Fernando Haddad sobre sua intenção em gastar R$ 200 milhões na nova reforma do Vale do Anhangabaú, quando existem muitas outras  prioridades na cidade de SP como creches, unidades de saúde e parques como o Augusta e dos Búfalos. Assista o Vídeo:



No dia 01 de dezembro de 2015, na UNINOVE Vergueiro, haverá mais uma apresentação do projeto de "Requalificação" do Vale do Anhangabaú, à partir das 18 horas.