Como Proteger Coisas que (r)Existem? ÁGUA, líquida e INCERTA.

No dia 16 de setembro de 2014, o jornal paulistano Folha de São Paulo, promoveu um debate sobre a crise hídrica. Na mesa debatedora, presença do jornalista da Folha de São Paulo, Marcelo Leite(mediador), do presidente da Agência Nacional de Águas Vicente Andreu Guillo, da CEO da ong ambientalista WWF Maria Cecília Wey de Brito, do secretário executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia Carlos Nobre e do secretário Estadual de Recursos Hídricos de SP Mauro Arce. Na platéia, leitores do jornal, jornalistas e membros de coletivos ativistas.

Mauro Arce afirmou que a crise hídrica atual em SP não é provocada pela falta de planejamento do governo estadual de SP e que se deve a maior estiagem da história. Disse ainda que o Sistema Cantareira contava ontem com 8,9% de sua capacidade e, que se não chovesse nos próximos meses, o abastecimento estaria assegurado para mais 90 dias. Rebateu críticas ao não racionamento de água que no entender dele prejudicaria o acesso à água por parte das famílias mais pobres. Defendeu a economia de água espontânea por parte dos usuários, suficiente segundo ele, para a situação de escassez atual. Negou ainda qualquer manobra do governo do estado de SP para evitar danos à candidatura de Geraldo Alckmin à reeleição este ano. O Governador aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto com cerca de 48%, bem à frente de seus oponentes.

Maria Cecília Wey de Brito ampliou a responsabilidade pela crise hídrica para a esfera federal e municipal que são tíbias no combate ao desmatamento e a ocupação dos mananciais. Além disso, criticou veementemente o Governo do Estado de SP pelo descaso com os parques estaduais e com a gestão da crise da água.

Carlos Nobre disse que a população do Sudeste deve começar a se acostumar com uma maior frequência de Secas, que já vem acontecendo na Amazônia e que esta crise de falta de água é grave, com possibilidade de piora.

Vicente Guillo argumentou que a partidarização da crise da água prejudica os esforços que deveriam ser realizados em conjunto por municípios, estados e pela União.Criticou ainda a gestão conjunta de fornecimento de água para consumo humano e para geração de energia elétrica. Ao ser questionado sobre a transposição do Rio São Francisco, disse que a mesma deve ser concluída em 2015 e que levará água a centros de distribuição estratégicos em alguns estados do Nordeste, que terão autonomia para dividi-la em seus territórios.

Daniel Aymore Ferreira(DAF) afixou lambe(feito de papel jornal Folha e tinta guache) na parede do auditório da Folha de São Paulo que sediou o debate da crise da água com a seguinte pergunta: Como Proteger Coisas que (r)Existem?, convidou os presentes para o mutirão de limpeza da Represa Billings que acontecerá em 21/09/14, dia da árvore no Parque dos Búfalos(ameaçado pela construção de prédios)  e ao final entrevistou o Secretário de Recursos Hídricos Mauro Arce. Mauro Arce respondeu às seguintes perguntas:

1. A distribuição de lucro aos acionistas da SABESP prejudicou a empresa em sua capacidade de investimentos para minimizar o desperdício de água pela rede de distribuição(estimado hoje em 25% na cidade de SP, segundo dados da SABESP) e para realizar a construção do Sistema São Lourenço/Vale do Ribeira?

2. A SABESP trata água como Mercadoria?

3.Qual é a situação do Sistema Cantareira em 16/09/2014?

4. A Secretaria de Recursos Hídricos tomou conhecimento da aprovação de implantação de condomínio de casas de veraneio às margens da represa mais comprometida do Sistema Cantareira na cidade de Joanópolis?

5.O Governador Geraldo Alckmin não instituiu o racionamento de água para evitar a perda de sua reeleição?

Vejam as respostas do Secretário de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo Mauro Arce  às perguntas feitas por DAF em entrevista realizada ao final do debate sobre a crise hídrica promovido pelo jornal Folha de São Paulo em seu auditório em 16/09/2014 :



vídeo: Marcelo Mig



vídeo Marcelo Bolzan