A Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo divulgou boletim em 13 de agosto de 2018 em que contabiliza 139 casos confirmados de malária no estado e 1 morte em decorrência da doença. 110 casos confirmados no município de Vila Pavão e 29 casos confirmados na cidade de Barra do São Francisco.Este surto de malária no estado do Espírito Santo já representa o dobro do número de casos no estado em todo o ano de 2017.No dia 06 de agosto o município de Vila Pavão, o mais afetada pelo surto de malária, decretou estado de emergência.
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O Mosquito transmissor da Malária costuma ser a fêmea do mosquito Anopheles mais comum em áreas rurais. Não há possibilidade do surto acontecer em grandes centros urbanos através da disseminação por mosquitos adaptados como o Aedes Aegypt e o Culex.
A Secretaria Municipal de Vitória, capital do estado de Espírito Santo nega ocorrência de Malária no município e afirma estar realizando todas as providências através da vigilância epidemiológica para proteger a saúde da população principalmente no combate aos criadouros de mosquitos e na busca ativa do vetor da malária, o mosquito anopheles.
A Origem do surto epidêmico pode estar na relação umbelical existente entre as cidades de Vila Pavão no Espírito Santo e de Espigão do Oeste em Rondônia onde a a malária é endêmica, ou seja, acontece o ano todo.Esta ligação acontece em virtude da existência de laços familiares entre os dois municípios causados pelo êxodo de cerca de 1000 famílias de Vila Pavão para Espigão do Oeste na década de 70 do século 20.A tradição da cultura pomerana nos dois municípios é muito forte.
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A Malária é doença infecciosa causada pela picada do mosquito anopheles(comum em áreas de rios e lagos) que injeta o protozoário plasmódio na corrente sanguínea da vítima. Existem diversas espécies de plasmódios, como a ovale, a vivax, a malariae, a knowlesi e a falciparum, esta última a mais letal.O protozoário na corrente sanguínea atinge o fígado da vítima onde fica dormente sob a forma de hipnozoítos e pode se multiplicar e passar a destruir os glóbulos vermelhos(células sanguíneas também conhecidas como hemácias responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue) sob a forma de esporozoítos . Isso explica os sintomas provocados pela doença que costumam surgir de 7 a 15 dias após picada do mosquito: Febre alta recorrente, dores, fadiga, vômitos, anemia e icterícia(pela amarelada);
O diagnóstico pode ser feito pela microscopia(exame de gota espessa) que é muito barato e acessível ou pela reação cadeia polimerase, mais caro e inacessível.
O Tratamento existe e é realizado geralmente pela associação da Artemisinina com antimaláricos como mefloquina ou lumefantrina ou sulfadoxina/pirimetamina.Não existe vacina efetiva para a malária.O Plasmódio já desenvolveu resistência ao tratamento em algumas regiões do Brasil e do mundo.
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A prevenção pode ser feita através do uso de repelentes e mosquiteiros e eliminação dos criadouros do mosquito transmissor anopheles além do uso de antimaláricos preventivos para viajantes em áreas endêmicas e de inseticidas em áreas como rios e lagos.
Em 2016 ocorreram 216 milhões de casos confirmados de malária no mundo, com 731 mil mortes. Destes casos, 90% eram localizados na África.A Malária concentra-se na região equatorial do planeta e afeta mais a África,a Ásia e a América Latina.
No Brasil, o sucateamento do SUS e a PEC do Teto dos gastos públicos provocaram uma queda significativa das ações específicas de prevenção e tratamento da malária.
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Falta interesse político e econômico dos países desenvolvidos para a obtenção de vacina efetiva contra a malária.O Organização Mundial de Saúde anunciou em 2016 que provavelmente em 2018 anunciaria o fim de pesquisa para o desenvolvimento da vacina contra malária.A Unidade de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa tem recebido vultosos recursos de fundações privadas para desenvolver vacina contra malária.
No dia 10 de agosto de 2018, cientistas brasileiros comemoraram publicação de artigo científico em revista periódica indexada prestigiada mundialmente, em que afirmam terem descoberto molécula sintética que elimina formas sanguíneas e hepáticas do plasmódio, parasita causado da Malária, inclusive de cepas resistentes ao anti-malárico. Foram realizados testes in vitro e in vivo, mas ainda não em humanos e os mesmos foram feitos com a espécie berghei do plasmódio.
No dia 22 de agosto de 2018 a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais divulgou balanço que confirma 20 casos de Malário neste ano e mais 5 casos suspeitas. Revela ainda preocupação com a proximidade com municípios do Espírito Santo afetados pela doença.
No dia 22 de agosto de 2018 a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais divulgou balanço que confirma 20 casos de Malário neste ano e mais 5 casos suspeitas. Revela ainda preocupação com a proximidade com municípios do Espírito Santo afetados pela doença.