Glauber de Andrade Rocha nasceu em 14 de março de 1939, em Vitória da Conquista, Bahia , Brasil.Era o mais velho de 4 irmãos e o único homens entre os filhos de Adamastor Bráulio Silva Rocha e Lúcia Mendes de Andrade Rocha.Em 1947, mudou-se com a família para Salvador onde estudou no Colégio 2 de julho, dirigido pela Missão Presbiteriana, religião de sua mãe.Em 1952, sua irmã, Ana Marcelina, morre vítima de leucemia.Logo Depois, nasce Ana Lúcia Mendes Rocha, filha do pai de Glauber com uma mulher cigana que morreu no parto.
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Em 1959, ingressa na Faculdade de Direito da Bahia(atualmente Universidade Federal da Bahia) e a abandona em 1961.Durante o curso universitário, namora e casa com Helena Ignez que seria atriz e cineasta.
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Realiza diversos curtas e médias metragens entre 1960 e 1963, período em que concilia a paixão pelo cinema com a necessidade de subsistência com trabalhos como servidor público da Prefeitura de Salvador e como jornalista dos jornais baianos Jornal da Bahia e Diário de Notícias.
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Estréia como realizador de lonha metragem com Barravento, de 1962, o filme mais convencional de Glauber Rocha, que conta a história de uma comunidade de pescadores negros no litoral da Bahia, explorados por comerciantes de pescados tendo como pano de fundo o culto aos orixás do Candomblé.
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Deus e o Diabo na Terra do Sol de 1963, conquista o Prêmio Internacional de Cinema de Acapulco e fortalece o movimento conhecido como Cinema Novo, que rompe com padrões estéticos e temáticas do cinema estrangeiro.
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Em 1966, realiza Maranhão 66, contratado pelo candidato vitorioso ao governo do estado do Maranhão em 1966, José Sarney.O Convite para Glauber filmar a posse de Sarney no Maranhão veio de Luis Carlos Barreto.Em Maranhão 66, Glauber superpõe o áudio do discurso ufanista de José Sarney às imagens de pobreza, desigualdade social e precariedade do Maranhão, dominado politicamente por oligarquias como a de Sarney.
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Adquire reconhecimento com Terra em Transe de 1967 que fatura diversos prêmios como o da crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Bunuel da Espanha, o Festival de Cinema de Locarno na Itália, e o Prêmio Golfinho de Ouro no Rio De Janeiro.
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Em 1969, realiza o Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e no Prêmio Luis Bunuel da Espanha.
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Em 1970, termina o Leão de 7 Cabeças uma critica mordaz à dominação estrangeira da África e Cabeças Cortadas, um libelo à liberdade de criação e uma contestação definitiva de Glauber Rocha ao arbítrio e à ditadura, inspirados no regime de exceção vigente na Espanha do General Franco.Crítico da Ditadura Militar que se instala no Brasil após o golpe de 1964, que destituiu o presidente João Goulart, Glauber Rocha parte para o exílio em 1971.
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Em 1980, gera polêmicas mais uma vez com A Idade da Terra, filme que mostra a Ressurreição do Terceiro Mundo pela ação de 4 cavaleiros do Apocalipse:o Cristo Negro, O Cristo Guerreiro, o Cristo Pescador, o Cristo Conquistador Estrageiro num tom profético que sintetiza toda a obra do genial cineasta baiano.
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Patrulhado pela direita e pela esquerda, monitorado pela ditadura militar, e com dificuldades para seguir com suas realizações por falta de financiamento,Glauber Rocha morre de septicemia após broncopneumonia e internações em Portugal e Rio De Janeiro em 22 de agosto de 1981.
Desabafo visceral do genial cineasta Glauber Rocha em Terra em Transe, pela boca do personagem Paulo Martins (Jardel Filho):
Foto: extraída de www.parola.com
“Não é mais possível esta festa de medalhas, este feliz aparato de glórias, esta esperança dourada nos planaltos. Não é mais possível esta festa de bandeiras com guerra e Cristo na mesma posição! Assim não é possível, a impotência da fé, a ingenuidade da fé. Somos infinita, eternamente filhos das trevas, da inquisição e da conversão! E somos infinita e eternamente filhos do medo, da sangria no corpo do nosso irmão! E não assumimos a nossa violência, não assumimos as nossas ideias, como o ódio dos bárbaros adormecidos que somos. Não assumimos o nosso passado, tolo, raquítico passado, de preguiças e de preces. Uma paisagem, um som sobre almas indolentes. Essas indolentes raças da servidão a Deus e aos senhores. Uma passiva fraqueza típica dos indolentes. Não é possível acreditar que tudo isso seja verdade! Até quando suportaremos? Até quando, além da fé e da esperança, suportaremos? Até quando, além da paciência, do amor, suportaremos? Até quando além da inconsciência do medo, além da nossa infância e da nossa adolescência suportaremos?”
foto: extraída de www.naufragodautopia.blogspot.com