"Eu Nunca quis ser Jovem. O que Eu Queria era ter História." Lina Bo Bardi
“A arquitetura contemporânea brasileira não provém da arquitetura dos jesuítas, mas do pau a pique do homem solitário, que trabalhosamente cortara os galhos na floresta, provém da casa do seringueiro, com seu soalho de troncos e o telhado de capim”.Lina Bo Bardi
Admiradora de Le Corbusier e Gramsci, Lina Bo Bardi acreditava que não era preciso ser arquiteto para fazer arquitetura.
Foto: Lina Bo Bardi na Juventude, extraída de Folha de São Paulo
Achillina Bo nasceu em 1914, em Roma, capital Italiana. Estudou arquitetura na Universidade de Roma. Trabalhou em Milão. Durante a segunda guerra mundial, envolveu-se com a revista semanal A Cultura della Vita, ao lado do crítico Bruno Zevi, em virtude da diminuição da demanda por seus trabalhos arquitetônicos. Participou ativamente na resistência à ocupação nazista, como membro do Partido Comunista Italiano.
Foto: Lina Bo em 1945, em Viagem de Barco pelo Oceano nos arredores da Itália, www.mercadoarte.com
Em 1946, casou-se com o jornalista e intelectual Pietro Maria Bardi.
Foto: Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, casados, desembarcam no aeroporto de Congonhas em SP, em 1947, extraída do históriacontemporanea-mlopomo.blogspot.com
Foto: Lina Bo e Pietra Maria Bardi no MASP. acervo MASP
Foto: Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, em 1982, acervo Folha de São Paulo
Foto: Lina Bo Bardi e seu Marido Pietro Maria Bardi, extraída www.oriundi.net
Viajam para o Brasil, onde decidem fixar residência em São Paulo, no bairro do Morumbi, na famosa Casa de Vidro.
Foto: Casa de Vidro, Morumbi, SP, Peter Scheier
Foto: Casa de Vidro, Revista ZAZ
Foto: Lina Bo Bardi e Gilberto Gil na Casa de Vidro, 1986, www.mercadoarte.com
Foto: Lina Bo Bardi na Casa de Vidro, 1991, um ano antes de sua morte, www.mercadoarte.com
Fonte: Foto da Capa da Revista Habitat, 1954, www.iuav.com.br
Em 1951, naturaliza-se brasileira .“Eu não nasci aqui; escolhi este lugar para viver. Por isso, o Brasil é o meu país duas vezes, é a minha ‘pátria de escolha’. Eu me sinto cidadã de todas as cidades, desde o Cariri ao Triângulo Mineiro às cidades do interior e às da fronteira”(Lina Bo Bardi sobre a escolha do Brasil como lugar para viver e trabalhar.)
Junto com Bardi, cria e dirige o Curso de Desenho Industrial no Instituto de Arte Contemporânea (IAC); desenvolve os projetos da poltrona Bardi’s Bowl ,do Edifício Taba Guaianases; Estudos para “Casas Econômicas”; e do “Museu à beira do oceano”, em São Vicente.
Foto: Poltrona Bardi's Bowl, fonte www.miguelsaco.com
De 1955 até 1957, Lina atua como docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde redige a tese Contribuição propedêutica ao ensino da teoria da arquitetura para o concurso de cátedra de Teoria da Arquitetura.
Foto: Lina Bo Bardi, na época da construção do Masp, década de 50, século 20, arquivo MASP
Foto: Lina Bo Bardi Inspeciona obras do Masp em 1964, fonte: www.mercadoarte.com
Com o apoio do magnata da comunicação Assis Chateaubriand, implantam o Museu de Arte de São Paulo, primeiro na Rua Sete de Abril, no centro de SP, depois, a partir de 1958, no atual endereço, na Avenida Paulista.
Foto: Pietro Maria Bardi e Assis Chateuabriand no MASP da 7 de Abril, acervo da Folha de São Paulo
O proprietário do terreno da Avenida Paulista, Joaquim Eugênio de Lima, faz uma única exigência ao projeto de Lina Bo Bardi. Preservar a vista do centro de São Paulo. Lina Bo, então, projeta o Vão Livre do Masp, exemplo vivo de possibilidade de ocupação plural e multifacetada do espaço público, em plena ditadura militar.
Foto: Projeto do MASP de Lina Bo Bardi de 1968, extraído de Sutis Substâncias de Arquitetura, de Olívia de Oliveira, Romano Guerra
Foto: Vão Livre do Masp em Obras e Lina Bo Bardi ao lado do cavalete com obra "O Aluno" de Vincent Van Gogh, extraída de Folha de SP
Foto: Masp, Nelson Kon
Foto: Masp, Kallas
No final da década de 50, partem para Salvador, a convite de Diógenes Rebouças, onde permanecem até 1964. Lá dirige o Museu de Arte Moderna de Salvador e se envolve com o restauro do Solar do Unhão. Inicia relacionamentos e parcerias com artistas como Glauber Rocha, Pierre Verger, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Foto do Solar do Unhão em 1963, Salvador, Bahia, do livro de Marcelo Carvalho e Lina Bo Bardi editado pelo Instituto Lina Bo e Pietro M. Bardi, 1993
Foto: Museu de Arte Moderna da Bahia, www.mercadoarte.com.br
De volta a São Paulo, percebe dificuldades na integração entre a tradição popular e a industrialização, e flerta com a estética da fome do cinema novo e com a lufada pop tropicalista. Começa a fase da chamada "arquitetura pobre".
Na década de 70, inicia o reforma da Fábrica de Tambores da Pompéia para abrigar uma paradigmática sede do SESC, inaugurada em 1982. Concebido como um bunker-cidadela, O Sesc Fábrica Pompéia, uniu o mobiliário simples de madeira com o rústico concreto de suas paredes e passarelas.
Foto: Sesc Fábrica Pompéia, Nelson Kon
|Foto: dependências internas do Sesc Pompéia, Revista ZAZ
Foto: Igreja do Espirito Santo do Cerrado, Universidade Federal de Uberlândia
Foto: Igreja do Espirito Santo do Cerrado, Nelson Kon
Em 1981, perdeu concurso de requalificação do Vale do Anhangabaú. De 1984 a 1989, ano da primeira eleição democrática, brasileira após o fim da ditadura militar, Lina Bo Bardi realiza o projeto do Teat(r)o Oficina, ao lado do arquiteto Edson Elito e com sugestões do dramaturgo e diretor Teatral José Celso Martinez Correa, catapultado ao sucesso,após montagem de "o Rei da Vela" de Oswald de Andrade, em 1967. “do ponto de vista da arquitetura, o Oficina vai procurar a verdadeira significação do teatro – sua estrutura Física e Táctil, sua Não-abstração – que o diferencia profundamente do cinema e da tevê, permitindo ao mesmo tempo o uso total desses meios”(de Lina Bo Bardi sobre o Teatro Oficina). O Teatro Oficina foi concebido por Lina Bo Bardi e Edson Elito, numa terceira reforma do espaço, como uma rua, uma passagem entre a Rua Jaceguay no velho e tradicional bairro do Bixiga, a Rua Abolição e o Vale do Anhangabaú(da FelizCidade). Seu palco é PISTA e a platéia encara os atores nos andaimes e bancos de madeira retílineos e inquitantes. O Teatro Oficina foi tombado pelo IPHAN e encontra-se em atrito com o Condephaat, órgão estadual de Preservação do Patrimônio, que permitiu construção de shopping center do Grupo Sílvio Santos, proprietário do terreno contíguo ao teatro.
Foto: reprodução Projeto de Lina Bo Bardi para o Teatro Oficina,fonte OESP
Foto: Teatro Oficina, Revista Casa Vogue Ed. Globo
Foto: Teatro Oficina, vista aérea interna, com foco sobre a pista e andaimes, extraída de Folha de SP
Em 1985, é responsável pela cenografia e figurino da peça UBU Folias PHisicas Pataphisicas e Musicaes da Companhia Ornitorrinco.
Foto: Cena da Peça UBU, com Cacá Rosset e Cristiane Tricerri, do Grupo Ornitorrinco, extraída do Livro do Grupo Ornitorrinco
Foto: Cena de UBU, do Grupo Ornitorrinco, João Caldas
Em 1987, realiza o projeto da Casa do Benin no Pelourinho e a recuperação das encostas da Ladeira da Misericórdia, em conjunto com os arquitetos Marcelo Carvalho Ferraz e Marcelo Suzuki, ambas em Salvador.
Foto: Irene Kirsch, Casa do Benin e Restaurante na Ladeira da Misericórdia, Salvador, Bahia.
foto: ladeira da misericórdia, Nelson Kon
Foto: Casa do Benin, livro Marcelo Ferraz(coord.), Instituto Lina e Pietro Maria Bardi
É fundado o Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, em São Paulo, em 1990.
http://www.institutobardi.com.br/
Em 1992, propõe projetos de reforma da Prefeitura de São Paulo, alocada no Palácio das Indústrias, às margens do Rio Tamanduateí e da Zona Cerealista da Cidade de São Paulo e do Centro de Convivência Vera Cruz, (realizado nas antigas dependências da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo) mas morre antes da conclusão das obras, em 20 de março de 1992.
Foto: Palácio das Indústrias, site da empresa Método Engenharia
Foto: Companhia Cinematográfica Vera Cruz, São Bernardo do Campo. www.o2filmes.com.br
"Lina foi uma herética em vestes aristocráticas, uma esfarrapada elegante, uma subversiva circulando em ambientes luxuosos". Bruno Zevi, crítico de arte, a respeito de Lina Bo Bardi, com quem dirigiu a revista A Cultura della Vita, na época da segunda guerra mundial, na Itália.
Em 2009, a editora Cosac Naify lançou Lina Por Escrito, compilação de textos escolhidos de Lina Bo Bardi.
Foto: Lina Bo Bardi trabalha sobre Carranca do Rio São Francisco para o Projeto do Sesc Pompéia, Cosac Naify
Video Documentário sobre vida e Obra de Lina Bo Bardi de 1993, realizado simultaneamente à exposição realizada no MASP:
Partes 1, 2, 3, 4, 5:
https://www.youtube.com/watch?v=Ns9XX7V2qVA&list=PL2694C7D885DFAF9C
https://www.youtube.com/watch?v=NzUXmqWmv04&list=PL2694C7D885DFAF9C&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=JTEAdex1MOE&index=3&list=PL2694C7D885DFAF9C
https://www.youtube.com/watch?v=Sf0qEmVlZuQ&list=PL2694C7D885DFAF9C&index=4
https://www.youtube.com/watch?v=214xLAkTskw&index=5&list=PL2694C7D885DFAF9C
O Museu da Casa Brasileira de São Paulo realiza exposição Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi até 09/11/2014:
http://www.mcb.org.br/mcbItem.asp?sMenu=P002&sTipo=5&sItem=2819&sOrdem=0
O “Arquiteturas Film Festival Lisboa 2014” anunciou em 28 de setembro de 2014, os vencedores das onze categorias nas quais concorriam produções de diversos países europeus, americanos e africanos.O vencedor na categoria Prêmio da Audiência foi um documentário austro-alemão dirigido por Belinda Rukschcio intitulado “Precise Poetry / Lina Bo Bardi's Architecture”, que conta a trajetória de um dos maiores ícones da arquitetura moderna e brutalista brasileira no ano de seu centenário. Vejam o Trailer:
A partir do dia 08/10/2014, o Sesc Pompéia apresentou duas exposições em homenagem a artista plástica, arquiteta, museógrafa, cenógrafa, figurinista e ativista política Lina Bo Bardi.
NEGAR quando a regra é VENDER.
Evohé, Lina!