Tomie Ohtake morre aos 101 anos, em SP, no dia 12 de fevereiro de 2015

O Instituto Tomie Ohtake abriu em maio de 2015 para convidados a Exposição Póstuma das telas monocromáticas da artista que inspirou o seu nome.



foto: Tela Monocromática de Tomie Ohtake/Estadão

O Instituto Tomie Ohtake realizou também  exposição "E Se Quebrarem as Lentes Empoeiradas" reunido mostras individuais de Eduardo Berliner, Marcone Moreira e Thiago Rocha Pitta.

http://cultura.estadao.com.br/noticias/artes,tomie-ohtake-e-homenageada-com-exposicao-de-suas-ultimas-obras-monocromaticas,1661692

Em 12 de fevereiro de 2015, a artista plástica nipo-brasileira Tomie Ohtake morreu, às 12: 45 hs, nas dependências da UTI do Hospital Sírio Libanês, na Bela Vista, em São Paulo.

                                                     foto: Catálogo Odorico Tavares

Tomie Ohtake estava internada desde o dia 2 de fevereiro para tratar pneumonia leve. Tomie teria engasgado na terça feira, dia 10/02, o que teria ocasionado uma Broncoaspiração(quando o alimento, ao invés de ser direcionado ao estômago, acaba sendo dirigido para a traquéia, brônquios e pulmões); Na sequência, a artista teria desenvolvido o que a medicina chama de CHOQUE SÉPTICO(quando uma infecção se generaliza e provoca instabilidade hemodinâmica,isto é, oscilação grave da pressão arterial e da frequência cardíaca) e PARADA CARDÍACA.

foto Extraída de www.gentequeeduca.com.br

O Velório aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2015, sexta feira, no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, das 8 às 14 hs. Foi aberto ao público.

Tomie Ohtake nasceu em 1913, em Kyoto, no Japão.Chegou ao Brasil em 1936, aos 23 anos, para visitar um irmão, e acabou ficando. Ficou impressionada com o calor, a umidade, e a luz amarelada do Porto de Santos, conforme expresso em biografia presente no site do Instituto Tomie Ohtake.


 Foto: Tomie e seu irmão Teinosuko Nakakubo no navio que os trouxeram a Santos/Acervo Família Ohtake/divulgação revista Veja
 Foto: Tomie e sua Mãe Kimi no Japão/Acervo Família Ohtake/divulgação revista Veja
Foto: Tomie e seus 5 irmãos no Japão/Acervo Família Ohtake/divulgação revista Veja


foto: Lalo de Almeida

Estabeleceu residência no Bairro da Mooca, em SP, onde teve dois filhos: RIcardo e Ruy.Só começou a pintar aos 39 anos, sob orientação e incentivo do pintor japonês Keisuke Sugano, então de passagem pelo Brasil. O Grupo Seibi, do qual fazia parte, ainda era adepto do figurativismo.


foto: Tomie e seus dois filhos, RIcardo e Ruy,em sua residência no bairro da Mooca, São Paulo, década de 40/Acervo Pessoal de Ricardo Ohtake

Em meados da década de 50, Tomie enveredou pela exploração livre da Geometria e das Cores. Apesar da tentativa da crítica de  classificá-la como Concreta, Tomie jamais aceitou o rótulo.


                        foto:pintura de 1969/divulgação Revista Veja
  

 Na década de 60, Tomie pintou sua célebre série "Pinturas Cegas", produzida com uma venda em seus olhos, numa ácida crítica ao racionalismo da época.




Foto: Tomie recebe o Prêmio Probel de Pintura no MAM. À Esquerda na primeira foto e à direita na segunda, Cicillo Matarazzo./Acervo Fundação Bienal de SP.

Participou de sua Primeira Bienal de SP em 1961.Voltou ao evento outras sete vezes,a última em 1998, curada por Paulo Herkenhoff, entusiasta da obra da artista.

Em 1968, já envolvida e reconhecida pelo circuito de artes em SP, naturalizou-se brasileira. Em 1969, recusou-se a participar da Décima Bienal de São Paulo,em protesto contra a ditadura militar.Em 1974 e 1979 ganhou prêmio de melhor pintora da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Na década de 80, os trabalhos de Tomie Ohtake ganharam mais visibilidade e despertaram mais interesse do público e da crítica. Assim Tomie pode instalar vários de seus trabalhos em espaços públicos da cidade de São Paulo e outras cidades do Brasil.



Foto: Monumento Homenagem à Imigração Japonesa, avenida 23 de Maio, SP, 1988/Crédito: Revista Veja


foto: tapeçaria Memorial da América Latina de SP, 1991/crédito:divulgação revista Veja


fotos: Pintura sobre empena cega de prédio na Rua Xavier de Toledo, Ladeira da Memória São Paulo/Crédito: www.mundoid.blogspot.com



Foto: Mural de Pastilhas, Estação Consolação do Metrô em SP, 1991/Crédito Revista Veja

foto: Pintura de 1994, Instituto de Estudos Brasileiros da USP/Crédito Revista Veja


foto: Escultura no jardim da Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração, Araxá, MG,1999/Crédito: Divulgação Revista Veja

foto: pintura de 2002, sem título/Crédito: Divulgação Revista Veja

foto; Escultura no Aeroporto Internacional de Guarulhos, 2001/Crédito: Revista Veja

foto: pintura de 2002, sem título/Crédito: Divulgação Revista Veja

foto: Escultura em Santos/crédito: Fabiana Costa



Em 2000, é inaugurado o Instituto Tomie Ohtake, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, com a missão de preservar sua obra mas também promover a arte brasileira e internacional de forma geral.


foto:Movimentos Urbanos

Em 2013, Tomie Ohtake, entregou à população de Santo André, uma gigantesca escultura com sua marcas registradas: o círculo, a curva, a reta, a cor, a fluidez dos gestos e o diálogo com os espaços.


foto: Monumento ao Trabalhador, 2013, crédito: revista Veja

A Artista Tomie Ohtake deixa seus dois filhos Ricardo e Ruy Ohtake(diretor do Instituto Tomie Ohtake e Arquiteto, respectivamente) e dois netos.

Tomie Ohtake foi cremada após o velório, em cerimônia reservada para familiares e amigos íntimos.