Em 2019, a escritora Carolina Maria de Jesus completaria 105 anos.
foto:Reprodução Internet
Foi Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas no Canindé, em 1958, quando o jornalista cobria a inauguração de um pequeno parque local. Carolina morava num barraco humilde em favela deste bairro paulistano. Tinha o hábito de anotar suas impressões sobre a vida e mundo num caderno. Estas foram a matéria prima de seu livro seminal, Quarto de Despejo, publicado no Brasil em 1960 e traduzido para diversas línguas.
foto extraída de socialistamorena.cartacapital.com.br
Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.
Carolina Maria de Jesus nasceu em comunidade rural pobre no interior de Minas Gerais, na cidade de Sacramento, em 14 de março de 2014, onde os pais eram meeiros. Foi criada pela mãe, já que o pai era casado com outra mulher. Recebeu forte influência da devoção católica de sua mãe, expressa em sua literatura. Aprendeu a ler e a escrever nos dois únicos anos em que pode frequentar uma escola.
Em 1937, com a morte da mãe, migrou para São Paulo, onde se fixou em favela no Canindé. Jamais se casou, mas teve três filhos com homens diferentes: João José, José Carlos e Vera Eunice. Foi catadora de resíduos sólidos na cidade de São Paulo. Escrevia diariamente sobre seu cotidiano e o das pessoas à sua volta. Descrevia com simplicidade e força as consequências devastadoras da desigualdade social e da injustiça sobre as decisões tomadas pelos seres humanos, muitas vezes contraditórias e incoerentes com princípios e valores, em virtude das circunstâncias absolutamente adversas.
Foto extraída de brasileiros.com
Na foto: Clarice Lispector e Carolina de Jesus
Com o êxito de Quarto de Despejo, seu primeiro livro publicado em 1960, após a descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, Carolina acumulou problemas de relacionamento com seus vizinhos na comunidade do Canindé. Mudou-se para um apartamento no bairro de Santana, onde não se adaptou à cultura e ao dia a dia do bairro paulistano de classe média.
Foto: Acervo IMS
na foto da esq. para dir.: Carolina, Audálio Dantas e a atriz Ruth de Souza que interpretaria Carolina de Jesus em peça teatral encenada em 1961;
Morreu de insuficiência respiratória, após forte crise de asma, em 1977, aos 62 anos, pobre e esquecida, em uma chácara no extremo sul da cidade de São Paulo, em Parelheiros.
Livros Publicados de Carolina Maria de Jesus
- Quarto de despejo (1960)
- Casa de Alvenaria (1961)
- Pedaços de fome (1963)
- Provérbios (1963)
Publicação Póstuma
- Diário de Bitita (1982)
- Onde Estaes Felicidade (2014)
Em Novembro de 2014, aconteceu a FLINKSampa Afroetnica que realizou homenagem à Carolina Maria de Jesus.
O Grupo do Bem Estar e da Felicidade, a REDE NOVOS PARQUES SP, e a Constelação OrganisMovimento Parque Augusta sem Prédios com AutoGestão e Energia Solar e Rio Augusta Permeável marcaram presença.
fotos: Aninha Sempre
Nas fotos: a filha de Carolina de Jesus, Vera Eunice, ao lado de DAF e ativistas do Movimento Negro em SP;